sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Apresentação

Nascida em 1965, no Paraguai, filha de Maria Amália Hornung e Ramón Ayala, cresceu ao som das músicas paraguaias e brasileiras. Quando tinha oportunidade, debruçava-se nas reproduções das obras dos grandes gênios da pintura holandesa.

Seu início no meio artístico deu-se no despontar deste século. A inspiração surgiu, quando abriu uma loja de objetos indígenas “MadreTierra”. Ao analisar as peças produzidas pelas tribos, pôde observar com sensibilidade o valor cultural contido em cada obra das várias etnias ali representadas. Foi o momento de criação para seus primeiros estudos artísticos, chegando à produção plástica.

Livre dos conceitos acadêmicos, ao produzir seus quadros e expondo-os, compôs um cenário envolvente para os clientes, os visitantes e os índios da região, que ali frequentavam. Essa convivência despertou grande admiração e interesse no resgate da cultura dos nossos aborígines.

Inserindo em sua obra elementos como: máscara, cocar, chocalho, recipientes de barro, tecidos, e natureza morta composta de frutas, peixes, que ao garimpar, buscou resgatar todo o significado contido nesses elementos, mostrando a expressão plástica na essência do primitivismo das aldeias.

O convívio com seu irmão, Roberto Ayala, professor, escultor e antropólogo, tem somado conhecimentos nesta caminhada. Ao receber Lotte Schulz, renomada desenhista-gravurista e diretora de Museu, em sua loja, ganhou naquele momento uma grande incentivadora, para mostrar ao mundo a valiosa e autêntica produção dos povos da floresta.
Na busca de aprofundamento acadêmico, passou a frequentar o atelier de Mônica Delssin, onde recebeu aulas de técnicas em pintura e noções cromáticas.

Com sua participação no circuito cultural aproximou-se de Lucy Yegros, Gustavo Beckelman, Herman Guggiari, destacando-se entre eles o pintor Hernán Miranda (hiper realista). E Regina, que já era apaixonada pela pintura acadêmica, ao contemplar as obras deste artista, demonstrou esplêndida admiração, chegando até mesmo a intitular-se ”sua seguidora”. Apropriando-se desses conhecimentos técnicos vivenciados, empregou-os em sua obra.

A investigação minuciosa a que chegou, na perfeição e beleza, das cores usadas em seu realismo técnico-fotográfico, resultou numa brilhante produção plástica.
Em sua exposição realizada no Museu Nacional de Belas Artes, em outubro de 2003, na cidade de Assunção, foi reconhecida como o mais novo fenômeno das artes contemporâneas, conquistando títulos, recebendo várias encomendas e convites para expor em outros países.
Reconhecida no meio artístico paraguaio, o qual trilha com firmeza e confiança, Regina Hornung nos abre caminhos que conduzem ao prazer e deleite espiritual. Assim, ao contemplar sua obra, podemos ver a história viva da arte dos nativos sul americanos.

Vive no Rio de Janeiro desde 2004.

OBRAS EM ACERVOS PARTICULARES



OBRAS DISPONÍVEIS:



FUSÃO ÉTNICA


Os autênticos artistas são os mensageiros da humanidade e são claro que sim, os que caminham e devem caminhar com um pé no futuro. Esse futuro flutua no vaivém dos ideais das gerações, que entrelaçam o passado e os que virão. Uma mensagem sustentada por conteúdos sólidos, que sobrevivera e resistirão ao tempo.

Isto Regina, documenta com toda verdade, sem ser escrava da obra. Ela impõe em sua essência e estilo na sua temática, criando e recriando suas novas propostas.
Regina Hornung, reflete em suas obras o resgate deste trabalho em tempo presente. Suas obras, de realizações fotográficas levam em si, a mensagem do cotidiano das antigas culturas dos povos sobreviventes.

É, notáveis que nossos ancestrais até hoje, realizam os seus afazeres do cotidiano com os mesmos materiais e temáticas dos nossos antepassados. Ressaltando em seus inconscientes um alto valor estético.

Para recipientes d'água e cobertores usam os materiais próprios da região. Suas vasilhas de barro e os tecidos com fibras vegetais, assim como as imagens zoomorfas, constituem o “leitmotiv” de Regina.

A forma de suas vasilhas são belas e perfeitas, seus tecidos geométricos mudam na qualidade do tecido e dos nós, fazendo com que uma peça, seja destinada aos chefes ou a um integrante comum da comunidade.

Francamente não sei qual é mais interessante para satisfação e o deleito do nosso espírito: contemplar uma obra de arte ou ler a história da arte.

“Nossa Regina, em Latín e rainha em espanhol com muita paciência pesquisa e trabalho assimila a arte utilitária dos habitantes primitivos desta parte do continente e os une com muita sensibilidade, elaboração técnica; enriquecendo e adornando essa duas culturas as cobranças de nossos tempos.

Contemplando essas obras poderemos admirar o nível de investigação a que chegou Regina, retratando com alto conhecimento o trabalho em tecido em caraguatá, realizado pelas etnias Ayoreo e Nivaclé e é aqui, onde começa e termina a ciência de investigação, o alto conhecimento técnico – fotográfico e a excepcional criatividade, tanto na composição como nas cores tradicionalmente usadas por nossos irmãos aborígines”.

Lotte Schultz
Diretora do Museu Nacional de Belas Artes – Assunção – Paraguai